sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Eu sou u homem de Fé!


Uma pessoa que tenho no grupo de amigos no Facebook (não é um amigo, apenas um conhecido que tenho adicionado) colocou um vídeo muito fraco (e porcamente embasado em qualquer tipo de noção séria de jornalismo ou entrevista) sobre a discussão entre Deus e Ciência. Bem, até as piores coisas servem para algo bom, e esse vídeo me levou a um debate muito sério e bem conduzido com duas mentes brilhantes da nossa época - Richard Dawkins e John Lennox chamado Deus, um delírio. O debato é sobre  um livro do Dr. Dawkins que argui muito enfaticamente sobre como deus não existe e coisas assim.

É esperado que  a maioria das pessoas assista à um debate assim como assiste à uma luta de boxe, torcendo para um dos lados e aplaudindo as respostas, como se dali devesse sair um vencedor louvado e perdedor desacreditado, porém, ao ouvir o debate como ele deve ser ouvido (com uma mente pronta para absorver informações dos dois lados e tentar melhorar seu entendimento sobre o tema proposto) eu percebi que sou um homem de fé!

O debate é fantástico e rende uma discussão que duraria uma vida, mas quero abordar um pequeno ponto.

Me considero um homem da ciência, que precisa de evidências para embasar todas as respostas e em meu mundo não havia base para achismos e suposições. Ao ouvir o debate, eu comecei a me questionar sobre meus paradigmas, e, pelo menos em mim, nasceu uma dúvida. "A própria ciência não exige fé?"

Acredito que sim. 

No debate o Dr. Dawkins cita o principio Antrópico e o princípio de multiversos  para dizer o porque não há como existir um criador e que existimos por que sim. Uma ideia da qual eu compartilho. Porém, a teoria de que possam existir infinitos universos é apenas uma teoria, e para que se possa citá-la como fonte de referência exige fé na mesma. 

Todas as postulações científicas são baseadas e observações, mas sempre há diferentes pontos de vista e modos de fazer essas observações. No campo da física teórica uma teoria é válida quando se encaixa em um modelo matemático, por exemplo. Mas uma mesma teoria se encaixa em um modelo físico e não se encaixa em outro. Por isso existem pessoas que defendem suas teorias e as coisas que acreditam ser mais plausíveis. E acreditar em algo é ter fé.
Desta forma, eu sou um homem de fé, pois tenho fé na ciência!

sábado, 23 de novembro de 2013

A hipocrisia da ajuda divina

O mérito desta observação não é meu, mas sim de um amigo que me contou a história.

Deus Ex

Há poucos dias me foi mostrado um e-mail redigido por um acadêmico e para acadêmicos em seu meio de trabalho. O documento narrava a história de um professor, o qual seu aluno acabara de receber um prêmio por uma publicação. Até ai tudo normal, apenas um professor exaltando o mérito de seu aluno, porém o professor relata que estava inseguro ao enviar o trabalho e decidiu pedir uma iluminação divina, algum sinal do que deveria fazer. E é ai que começa...

Para resumir a maluquice história: Ele descreve como uma entidade divina lhe disse, com palavras claras que ele iria ganhar o prêmio, que estava predestinado e que deveria submeter o trabalho, pois deus, ele mesmo, havia rolado os dados para sua vitória. 

Neste momento é que entramos na parte da hipocrisia!

Vamos supor que sim, o deus do professor o favoreceu de certa forma causando sua vitória no concurso, ok? Sendo assim, tal professor usou de uma vantagem sobre os outros participantes, mas tal vantagem é aceita, ora bolas, foi o deus que quis, e deus é bom, é uma vantagem "branca", por assim dizer. (Nesse ponto estamos supondo que deus realmente tem tal poder, colaborem comigo aqui...)

Mas no mesmo contexto, se alguém redige um e-mail discorrendo sobre como ele conseguiu ganhar um prêmio usando de vantagem, dizendo como um dos organizadores do evento lhe havia dito que lhe daria o prêmio, essa pessoa seria excomungada do meio, taxada de anti-ética e outros adjetivos piores. Mas poxa vida, deus (para as pessoas religiosas) tem poder total sobre as coisas, tem mais influência do que o organizador do evento, por que uma vantagem é aceita e a outra não? 

Pelo fato de uma ser subjetiva e a outra ser prática? Okay, vamos pensar em outro quadro...

Se o mesmo e-mail fosse escrito, porém substituindo a palavra deus pela palavra diabo e o professor lhe dissesse como o diabo havia lhe dito que ganharia o prêmio, as reações poderiam ser até piores do que na hipótese do organizador do evento, e agora estamos falando de duas vantagens subjetivas!

Tal hipocrisia é algo que pesa contra certas crenças para mim, somente um viés é aceito, uma vantagem divida é perfeitamente normal. Não, não é, é uma vantagem, é trapaça e moralmente errado. Ou não...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Alongamento X Flexibilidade

Okay, essa conversa de se devemos alongar antes de se exercitar já deu, e já faz tempo! Porém, na prática, para os alunos (e infelizmente para alguns professores também) isso ainda é duvidoso. Então irei abordar esse tema em 2 frentes.

1. Alongamento, Flexibilidade e Flexionamento.

Existem diferenças entre essas 3 coisas, e não são diferenças sutis. Para que possamos entender o que pode ser prejudicial ou não (e ainda assim, esse prejuízo é ínfimo) devemos entender cada uma delas.

Alongamento: 
Alongamento é a capacidade do músculo de aumentar o seu tamanho e retornar ao estado inicial, é a complacência muscular, a plasticidade do músculo, e somente do músculo. Logo, alongamento se refere a músculo, MÚSCULO ok?!

Flexibilidade: 
Flexibilidade é a capacidade do indivíduo de exercer uma amplitude de movimento (ADM). Todo mundo tem flexibilidade, se suas articulações se movem, você tem flexibilidade. Existem os graus de flexibilidade, claro, uma bailaria ou uma ginasta tem mais flexibilidade do que uma pessoa comum (que não tenho algum tipo de condição que dê a ela uma flexibilidade fora do normal). Para todas as articulações do corpo nós temos os graus normais de flexibilidade. Por exemplo, o tornozelo, para dorsiflexão são 20°, para os isquiotibiais (parte de trás da coxa) o ângulo de normalidade é de 90° deitado com uma perna paralela ao chão e a outra levantada, e assim por diante. Logo, flexibilidade se refere a toda uma articulação, articulação, e não só músculo, ok?!

Flexionamento:
Flexionamento é o ato de alongar-se de forma sistemática, um treino de flexibilidade, algo que fazemos com o intuito de aumentar nossa ADM de determinada articulação. Ou seja, flexionamento é uma forma de alongamento. Se você tentar, com as pernas estendidas, encostar os dedos das mãos nos pés, sente aquela dorzinha atrás da coxa e segura por 10 segundos, uma vez só, você está se alongando. Agora, se você faz isso 3 vezes, segurando em torno de 30 segundos, você esta fazendo flexionamento. A primeira situação não irá melhorar sua flexibilidade se ela já estiver com níveis normais, já a segunda irá, e muito!
Logo, flexionamento é o TREINO DE FLEXIBILIDADE, o treino e não só uma alongadinha, ok?!

2. Isso é prejudicial?
Tendo as definições bem claras em mente (se você ainda não entendeu direito, releia a parte de cima) podemos analisar o que é prejudicial, como é e o quanto é. Como ninguém lê texto grande, vou resumir.

O único que tem um potencial de atrapalhar seu desempenho é o flexionamento. E ainda assim, ele pode reduzir sua força em cerca de 7% dependendo do músculo, quando realizado imediatamente antes da sessão de treinamento. Só que, e aqui temos a pegadinha, pessoas que se realizam um treinamento de flexibilidade em outro horário, que não o de treino de força, aumentaram sua força em até 35%. Perder 7 pra aumentar 35 depois??!1 Ok, eu aceito!!!!

Não é só isso, existe também o tipo de exercício que você irá fazer, o alongamento servindo como aquecimento (sim, ele serve. Ao alongar-se, você está se concentrando e pensando no exercício, e isso já causa um aumento na sua frequência cardíaca) e como prevenção de cãibras em determinados músculos.
Tem aquela história que alongar depois pode lesionar, BULLSHIT! Alongar, só alongar depois, não vai machucar ninguém, realizar um treinamento de flexibilidade, talvez, mas não temos dados sobre isso na literatura.

Ah, e por último, para alongar ou fazer flexionamento, não devemos sentir dor. Você deve para no ponto que sente um desconforto muscular, um pouco antes de doer, okay?!


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sobre os "Cientistas"

Todos nós que já cursamos uma faculdade e a concluímos fomos iniciados na pesquisa. Se você não comprou o TCC, teve que fazê-lo e isso requereu uma pesquisa, por menor que seja. Alguns seguem nessa linha e tomam a pesquisa como fonte de todos seus embasamentos, outros fazem somente o mínimo necessário para a conclusão do curso e nunca mais olham um artigo ou livro, e, por fim, existe os que ficam no meio do caminho, se baseiam em pouquíssimos artigos publicados em revistas de pouca expressão acadêmica e misturam fontes reais com senso comum e personalidades do meio de seu interesse. E é aí que a porca torce o rabo! Tais pessoas acabam propagando a pseudo-ciência. A soma de misticismo, senso comum e pesquisas pobres abre espaço para uma miríade de suposições bizarras, e até mesmo, perigosas.
Existem páginas em redes sociais recheadas com esse tipo de conteúdo. A intenção do autor não é ruim, mas como diria minha professora de matemática da 4ª série: "De boas intenções o inferno está cheio!"

Eu tenho um problema com a palavra "cientista", sempre que leio algum texto onde está escrito "os cientistas viram..." ou "cientistas afirmam que..." automaticamente fecho meu cérebro e descarto aquilo que está escrito. Existe uma forma de segregação no uso dessa expressão. "Os cientistas" são entidades, pessoas que vivem em seus laboratórios, usando seus jalecos e produzindo essa tal magia negra chamada ciência. Você nunca irá achar isso em um artigo sério, porque quem escreve artigos utiliza de outros artigos e de suas próprias publicações para fazê-lo, logo, é também um "cientista" (e ninguém no meio se chama de cientista). São autores, pesquisadores, seres humanos, pais, filhos, amigos, gostam de ir ao cinema e passear na praia. 
Você nunca fala "Um estudo feito por seres humanos da Universidade X mostra que...". Isso é inimaginável, você disser isso está se separando desse grupo chamando "seres humanos". Logo nenhum autor chama seu colega de cientista.

Ouviu, pseudo-cientista?!



sábado, 28 de setembro de 2013

Criação do Blog

Ter um blog já é coisa antiga. Porém, certos temas não servem para serem discutidos no Facebook. Lá, muitas pessoas acabam tropeçando em seu texto e muitas vezes elas não estão preparadas para ler aquilo, não naquele momento, não conseguem entender a ideia do que se pretende discutir e por vezes, pessoas que não sabem o que é uma discussão leem e se sentem ofendidas ou interpretam erradamente o que foi escrito.

Neste espaço só lerão os textos as pessoas que se disponibilizaram a entrar aqui e ler, sendo assim, acho que ninguém (sério), mas caso alguém tropece por aqui, o terá feito de iniciativa própria, e talvez, só talvez, poderemos discutir alguma coisa, alguma discussão banal, apenas pela diversão de se discutir e aprender com o outro.

O objetivo deste blog é guardar minhas ideias sobre temas relativos à Saúde (na maioria das vezes - eu acho), uma vez que essa é minha área de atuação profissional e de minha esposa. Mas por vezes, usarei esse espaço para abordar temas cotidianos por outra óptica. Temas quaisquer, qualquer coisa banal que se prenda em minha mente e que necessite de sair. Escrever ajuda a pensar melhor, eu acho.

Bom. Começaremos com o motivo em si da criação do blog.



O por quê. (é assim que escreve esse "por que"? - e esse outro, é assim?)

Há poucos dias escrevi algo sobre uma briga entre médicos e farmacêuticos sobre o direito destes últimos a prescrever medicamentos sem a receita médica. Uma postagem inocente, apenas para demonstrar como aquilo me irritava. Pois, o tópico acabou por ser mal interpretado por pessoas que achavam que eu estava tomando partido de alguém (veja bem, não sou farmacêuticos nem médico, mas como minha esposa é médica, o tema é recorrente aqui em casa) e acabou por se irritar com o que eu havia escrito.
Isso me fez pensar que as vezes as pessoas não querem saber o que os outros estão pensando, na verdade poucas pessoas do seu círculo social, se você para bem pra pensar, querem verdadeiramente saber o que você pensa sobre "a vida, o universo e tudo mais". O Facebook (eu falo Facebook e não "FACE") é um local onde a maioria das pessoas são apenas seus conhecidos, pessoas que não te conhecem mais do que superficialmente e que, com certeza, não querem saber o que você acha das coisas mas acabam tropeçando na postagem. 
Muito cômodo seria se eu pensasse que "o Facebook é meu, escrevo o que eu quiser" (apesar de ser um pensamento válido). Preferi escrever aqui, onde somente pessoas que querem, de verdade saber o que eu quero falar irão entrar. Com certeza isso restringirá o grupo de interessados para basicamente minha mulher.

Mas bem, esse é o primeiro post do Blog, tentarei melhorar a aparência e aprender a escrever melhor. Como já disse, aqui pretendo falar sobre tudo que me parece interessante, e, olha só, talvez você também tenha algo a dizer sobre o assunto.

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
-Voltaire