Então, vamos contextualizar antes de começar a criticar.
Jogaram uma banana em campo e o jogador alvo da fruta, em um ato muito espirituoso, pegou-a e comeu. O ato do jogador, eu achei fantástico, não deu moral para o ato racista e ainda fez uso produtivo do objeto, ingeriu nutrientes para o jogo. Lindo, espetacular, de uma fineza ímpar!
15 minutos depois deste episódio, as redes sociais já estavam tomadas da frase "Somos todos macacos" encabeçada por um apresentador de TV. Novamente, poucos minutos depois camisetas com os mesmos dizeres já estavam à venda pela bagatela de 70 reais (em uma camiseta, sério? 70 reais?
Debatendo com amigos sobre o fato e lendo algumas coisas, chegou-se a conclusão que toda a campanha publicitária permeando o fato já estava pronta, apenas esperando o próximo ato de racismo, algo infelizmente ainda comum no mundo. Era uma questão de tempo até que um brasileiro fosse alvo desta descriminação. Mas, também não julgo a campanha em si, Luciano Huck não está errado em querer ganhar dinheiro, errado está quem paga 70 conto em uma camiseta tendenciosa.
Não, não somos todos macacos (não vou entrar na enfadonha discussão biológica, eu entendi o trocadilho), não somos todos iguais, e é exatamente por isso que digo que essa campanha é babaca. Se somos todos iguais não temos diferenças, se não temos diferenças não temos que respeitar o próximo pela individualidade, uma vez que, se somos todos iguais, não existe individualidade.
A única maneira de acabar com qualquer tipo de preconceito não é igualar as pessoas, é destacar suas diferenças, mostrar que elas existem sim, e devem ser respeitadas! Eu sou branco, ele é negro, o outro é asiático, e todos nós devemos nos repeitar, devemos aceitar as diferenças e a individualidade de cada um. Colocar todos em um mesmo saco não ensina nada, fechar os olhos para as diferenças é varrer a poeira para debaixo do tapete.
Se você é alto e seu amigo é baixo, se você é negro e seu amigo é branco, se você é heterossexual e seu amigo é homossexual, não importa, você tem que respeitá-lo em sua totalidade.
Eu não sou igual a ninguém, e você também não é, e essa é a beleza da coisa. Temos que ser capazes de olhar as diferenças, entendê-las e aceitá-las, não devemos fingir que elas não existem.
Então, não! Não somos todos macacos! E o único certo nessa história, é o Dani Alves!