Continuando sobre a área da Educação Física....
Aparentemente não somos mais professores, somos "personais" agora. Nosso caráter educador sumiu a muito tempo, o que temos que fazer agora é vender. Arrecadar alunos e sermos famosos nas redes sociais.
Quando me falavam "Gustavo, você tem que saber vender sua aula, se não, não conseguirá alunos" eu pensei: "Mas eu não sou vendedor, sou professor, estou aqui para ensinar e não para vender nada".
Aparentemente eu estava, e ainda estou, errado, pois continuo pensando do mesmo modo, mas o resto não. O foco é vender sua aula. Criar treinos mirabolantes e sem sentido para divertir e fidelizar o aluno, a regra é agradar o cliente (antes chamado de aluno).
Eu não vejo nenhum problema em criar aulas diferentes para agradar o aluno, o colega Rafael da FisioX em Bebedouro faz isso muito bem, pois aplica seus conhecimentos para a elaboração do treino, estudo biomecânica a fundo para poder criar um treino que faça sentido. O meu problema é com a criação de treinos mirabolantes sem o menor embasamento, uma sessão de exercícios totalmente aleatórios, apenas para não repetir o treino de ontem e não aborrecer seu "cliente".
A diferença entre "aluno" e "cliente" é o que me incomoda mais. Pois o aluno aprende com seu professor, escuta e realiza as tarefas delegadas, pois, como aluno, crê que seu professor detêm o conhecimento necessário para julgar o que é melhor. O cliente não, o cliente não aprende nada, não escuta nada e só faz o que quer. O professor acaba se tornando apenas um "garçon" de exercícios, abdicando toda sua formação e apenas sendo o cara que coloca o peso, arruma a cabeleira, desmonta o aparelho e faz piadinhas para entreter o "cliente".
Já ouvi que o que as pessoas querem mesmo é serem clientes, ninguém quer ser aluno. Acho isso uma concepção errada de alguém que não tem conteúdo para passar para alunos, tem apenas uma lista de exercícios pré definida que cospe para seus clientes, pois é mais fácil enganar um cliente do que ensinar um aluno.
Imagem: http://www.planetay.com.br/capital-social-parte-5/
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